Trump vira alvo de processo: Alcatraz dos Jacarés nega direito de defesa a migrantes

 


A recente inauguração do centro de detenção conhecido como “Alcatraz dos Jacarés”, no sul da Flórida, mergulhou o governo dos Estados Unidos em nova polêmica judicial. Grupos de defesa dos direitos humanos e entidades jurídicas abriram um processo contra o governo norte-americano, acusando as autoridades de negar apoio jurídico básico aos migrantes detidos na instalação.

O centro, construído em apenas sete dias e inaugurado pessoalmente pelo ex-presidente Donald Trump, foi pensado como um símbolo de “tolerância zero” à imigração irregular. Porém, denúncias de maus-tratos, falta de condições mínimas e ausência de acesso a advogados tornaram o local alvo de críticas internacionais.


O cerne do processo: privação de defesa

Mmigrantes não estão sendo informados sobre seus direitos nem tendo oportunidade de contato com representantes legais.
Advogados e familiares relatam não conseguir localizar os detidos, que não aparecem no sistema oficial do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega). Sem assistência jurídica, essas pessoas ficam praticamente impossibilitadas de contestar as ordens de deportação.

“Vamos ensinar a fugir de um caimão. Não corram em linha reta, corram assim… Suas chances aumentam cerca de 1%”, ironizou Trump durante a inauguração, frase que ampliou a indignação pública.


Um presídio simbólico e polêmico

A “Alcatraz dos Jacarés” foi construída numa região de pântano no condado de Collier, sul da Flórida, cercada por caimões e outros animais selvagens — descritos por Trump como “segurança natural”.
Com capacidade para até 5 mil migrantes, o local tem sido alvo de protestos desde que foi anunciado:

  • Condições precárias: estruturas improvisadas, falta de ventilação, comida insuficiente e ausência de comunicação.

  • Ausência de transparência: detidos sem registro público, dificultando visitas e atuação de advogados.

  • Perfil dos presos: cerca de 35% não têm antecedentes criminais, estando ali apenas por violações civis de imigração.


O que pode acontecer agora

  • O processo judicial pode obrigar o governo a abrir os registros dos detidos e garantir assistência jurídica gratuita.

  • Ações ambientais e indígenas pedem interdição imediata da prisão por riscos à fauna e violação de direitos.

  • Pressão política cresce para que órgãos federais fiscalizem as condições do local.

Enquanto isso, mais de 700 migrantes já permanecem detidos sem contato com advogados ou familiares, num cenário que especialistas chamam de “apagão jurídico”.

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Libia López Jornalismo-Repórter News working in Brasil

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