Brasil: 8 em cada 10 acidentes de trabalho têm relação direta com más condições laborais

 


Um estudo recente aponta que 82% dos acidentes de trabalho registrados no Brasil em 2025 estão diretamente ligados às condições inadequadas oferecidas pelos empregadores. Os dados revelam uma realidade preocupante: riscos físicos, falta de equipamentos de proteção, jornadas excessivas e pressão psicológica seguem como principais fatores que colocam a saúde dos trabalhadores em risco.

Segundo o levantamento, apenas 18% dos acidentes foram classificados como “imprevisíveis” ou decorrentes de fatores externos — reforçando que, na maioria das vezes, o problema poderia ser prevenido com medidas simples de segurança e organização.


Falta de prevenção e fiscalização agravam o cenário

Especialistas destacam que o cenário é resultado de fiscalização insuficiente, precarização de contratos e ausência de políticas efetivas de saúde e segurança do trabalho. Em muitos casos, trabalhadores não recebem treinamento adequado, utilizam equipamentos antigos ou trabalham em ambientes inseguros.

A pressão por produtividade também aparece como fator importante: jornadas longas, metas abusivas e clima de medo contribuem para distrações e acidentes.


Construção civil, indústria e transporte concentram maior número de casos

Entre os setores mais atingidos estão a construção civil, a indústria de transformação e o transporte rodoviário, onde riscos físicos, como quedas, esmagamentos e atropelamentos, são mais frequentes.

Além disso, doenças ocupacionais, como problemas de coluna, transtornos mentais e lesões por esforço repetitivo, também avançaram nos últimos anos, muitas vezes silenciosas e sem notificação adequada.


Responsabilidade do empregador é clara na lei

A legislação brasileira determina que cabe ao empregador garantir um ambiente de trabalho seguro, com fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs), treinamentos, pausas regulares e adaptações necessárias.

Contudo, na prática, a negligência persiste: trabalhadores relatam resistência de empresas em investir em segurança, sob a justificativa de cortar custos.


Impactos sociais e econômicos

Além do impacto direto na saúde física e mental dos trabalhadores e de suas famílias, os acidentes de trabalho têm efeitos relevantes na economia: afastamentos, custos previdenciários, queda na produtividade e aumento de processos judiciais.

Segundo especialistas, cada acidente evitado representa economia para empresas, para o sistema público de saúde e melhora significativa na qualidade de vida dos trabalhadores.


Medidas para reverter o quadro

  • Reforço na fiscalização e no cumprimento das normas regulamentadoras

  • Investimento em prevenção, ergonomia e saúde mental

  • Programas permanentes de capacitação e treinamento

  • Criação de canais de denúncia seguros e anônimos

  • Cultura organizacional voltada para o bem-estar e segurança

A expectativa é que, com medidas efetivas, os índices de acidentes possam cair nos próximos anos — desde que empresas e governo assumam suas responsabilidades.

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Libia López Jornalismo-Repórter News working in Brasil

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