Os feminicídios, que haviam diminuído em 2023, voltaram a subir e atingiram o maior patamar da série histórica: 1.459 mulheres foram assassinadas em 2024 — uma média de quatro por dia. A Região Centro-Oeste lidera com a maior taxa do país, registrando 1,87 casos por 100 mil mulheres, acima da média nacional de 1,34.
Também cresceu o número de estupros, totalizando 83.114 registros, o mais alto dos últimos cinco anos. Isso representa, em média, 227 vítimas por dia, sendo 86% do sexo feminino. São Paulo teve o maior número absoluto de casos (15.989), enquanto Rondônia (87,73), Roraima (84,68) e Amapá (81,96) apresentaram as maiores taxas proporcionais por 100 mil habitantes.
As lesões corporais seguidas de morte também apresentaram crescimento, afetando vítimas de todos os sexos.
Por outro lado, o levantamento apontou redução em outras modalidades de crimes letais. Os homicídios dolosos caíram 6%, passando de 37.754 em 2023 para 35.365 em 2024 — mantendo uma tendência de queda desde 2020. Os latrocínios (roubos seguidos de morte) diminuíram levemente, de 972 para 956 casos. Já as mortes decorrentes de intervenções policiais recuaram 4%.
Crimes patrimoniais também apresentaram queda, incluindo furto e roubo de veículos, roubo de cargas e ataques a instituições financeiras.
O relatório revela um cenário de contrastes, com avanços no combate a crimes contra o patrimônio e homicídios, mas com alerta para o crescimento da violência de gênero no país.
0 Comentários